Especialistas alertam para um ataque EMP da Coreia do Norte

Em uma audiência da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos no dia 12 de outubro, especialistas advertiram que a maior ameaça existencial para o país pode resultar da detonação de uma bomba nuclear de EMP (Pulso Eletromagnético, na legenda em inglês) por parte da Coreia do Norte. Segundo as previsões, um ataque desse tipo poderia matar até 90% de todos os americanos dentro de um ano.
Um ataque EMP poderia envolver a detonação de uma bomba de hidrogênio entregue por mísseis ou mesmo satélites a uma altitude elevada de 30 a 400 km, criando um pulso eletromagnético que eliminaria a rede elétrica. Mas não só isso – todos os dispositivos elétricos na faixa da explosão podem ser fritos em um ataque desse tipo. Sem luzes, sem computadores, sem telefones, sem internet, nem mesmo carros funcionariam. A falta de refrigeração provavelmente estragaria alimentos, causando fome em massa. Adicione a isso falta de água limpa, nenhum controle de tráfego aéreo ou qualquer transação financeira ocorrendo e uma devastação generalizada poderia ocorrer.
Segundo os especialistas, as baixas não resultariam da explosão, pois ela aconteceria em um ponto muito alto para que seus efeitos nucleares fossem sentidos fortemente no chão. Mas a perda de infra-estrutura que sustenta a nossa vida poderia trazer um desastre lento, mas eficaz.
Estas previsões apocalípticas são cortesia de dois membros da antiga comissão parlamentar do EMP nos EUA – William R. Graham e Peter Vincent Pry. Graham é um físico que era conselheiro científico do presidente Reagan e administrava a NASA. Pry é um ex-oficial da CIA responsável por analisar a estratégia nuclear soviética e russa, que atuou em inúmeros conselhos do Congresso relacionadas à segurança.
Eles apelaram para que o presidente Trump preparasse a infraestrutura do país para um ataque de EMP através de uma série de possíveis passos enquanto criticaram o aparato de inteligência dos EUA por ignorar sinais de alerta e subestimar constantemente as capacidades norte-coreanas.
Em uma declaração, os cientistas criticaram como, há apenas seis meses, a maioria dos especialistas não considerava muito o arsenal nuclear da Coreia do Norte, considerando que seus mísseis intercontinentais eram falsos, previam que uma bomba de hidrogênio estava a alguns anos de distância e afirmavam que a Coreia do Norte não poderia atacar os EUA na parte continental. Como todas essas avaliações e provaram incorretas ou excessivamente otimistas, já passou da hora para os EUA se prepararem para a pior possibilidade de todas – um ataque EMP, alertaram os especialistas.
“Depois de grandes falhas de inteligência ao subestimar grosseiramente as capacidades de mísseis de longo alcance da Coreia do Norte, o número de armas nucleares, a minimização das ogivas e a proximidade de uma bomba H, a maior ameaça norte-coreana aos EUA continua desconhecida – um ataque EMP nuclear”, declararam em conjunto .
Um perigo específico dos ataques de EMP é que eles também podem ser os mais aceitáveis ​​para a opinião mundial.
“Um ataque EMP seria o uso mais militarmente efetivo de uma ou poucas armas nucleares, além de ser a opção nuclear mais aceitável pela opinião mundial, a opção mais suscetível de ser interpretada nos EUA e internacionalmente como ‘restrita’ e um ‘tiro de advertência’”, declara Pry.
A comissão do EMP parou de receber recursos em 30 de setembro. Ela foi criada em 2001 e foi ampliada várias vezes ao longo dos anos, a última vez em 2016. Esta extensão não aconteceu nos últimos meses mesmo quando a Coreia do Norte emitiu uma ameaça específica em setembro para realizar um ataque EMP e publicou um documento técnico no jornal oficial do partido comunista “Rodong Sinmun” descrevendo alguns detalhes sobre o assunto. [Big Think]

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