Nossos relacionamentos não são a única coisa que importa nas nossas vidas, mas certamente têm implicações para nossa saúde, nossas reações ao estresse e até mesmo nossa forma de ver o mundo.
Dito isso, como podemos determinar se estamos em um bom relacionamento? Se nossos parceiros atuais realmente são os melhores para nós?
De acordo com o professor de psicologia Gary W. Lewandowski Jr, da Universidade Monmouth (EUA), essa tarefa não é simples. Ela é comparável, por exemplo, com o tipo de avaliação que determina se um jogador de beisebol se qualifica para o Hall da Fama.
É preciso escolher entre dezenas e dezenas de candidatos altamente qualificados, cada um com várias características diferentes, para determinar quem merece consagração permanente. Ainda assim, nenhum candidato é absolutamente perfeito – assim como encontrar um bom parceiro romântico.
A lista
Como um pesquisador que estuda relacionamentos, Lewandowski se inspirou no processo de seleção do Hall da Fama e elaborou uma lista com perguntas que as pessoas podem usar para avaliar seu próprio relacionamento.
Existem duas maneiras gerais de fazer avaliações: dados e instinto. Em um esporte como o beisebol, com uma infinidade de estatísticas, uma abordagem baseada em dados faz sentido. Mas para um jogador realmente entrar para o Hall da Fama, números não dizem tudo, certo? É algo mais visceral – o jogador precisa ser digno de tal honra.
Confiar em sentimentos instintivos não é algo perfeito. Mas a intuição é um componente importante das nossas decisões, especialmente das sociais. Claramente, as pessoas dependem de instintos em uma variedade de situações, e acreditar em seus próprios sentimentos às vezes é necessário porque informação especializada não é sempre fácil de acessar ou desafia a nossa compreensão. E, é claro, a própria natureza da ciência e das estatísticas foca no que é mais típico em uma população, em vez do que é melhor para um indivíduo em particular.
Os próprios especialistas – como terapeutas que atendem casais – reconhecem que usam sua intuição e a consideram uma ferramenta valiosa em contextos clínicos.
Por exemplo, o famoso estatístico de beisebol Bill James criou a “Lista Keltner” para ajudar a avaliar a viabilidade de um jogador para o Hall da Fama. Embora seja um cara dos números, sua Lista Keltner é intencionalmente não científica. É uma coleção de 15 perguntas que qualquer um pode responder rapidamente, como “Ele foi o melhor jogador em sua equipe?” As respostas não são conclusões definitivas, mas forçam uma análise cuidadosa das informações mais importantes.
Inspirado nesse conceito, Lewandowski criou 15 perguntas instintivas para ajudar as pessoas a analisarem seus relacionamentos. Apesar disso, o psicólogo usou a ciência como guia. “Ao elaborar cada pergunta, consultei a pesquisa existente para fundamentar na ciência o que contribui para uma relação saudável”, escreveu no portal The Conversation.
As 15 perguntas
Antes de passarmos às perguntas, vale observar que a lista é focada em relacionamentos de longo prazo, comprometidos, e não lances passageiros.
Por fim, para se beneficiar deste exercício, é preciso ser realmente honesto. Responda apenas “sim” ou “não”:
1. O seu parceiro faz de você uma pessoa melhor e vice-versa?
2. Você e seu parceiro ficam à vontade para compartilhar sentimentos, confiar um no outro, estar perto um do outro e evitar se preocupar com o fato de que a outra pessoa pode te deixar?
3. Você e seu parceiro se aceitam por quem vocês são, sem tentar mudar um ao outro?
4. Quando surgem desentendimentos, você e seu parceiro se comunicam respeitosamente e sem desprezo ou negatividade?
5. Você e seu parceiro compartilham decisões, poder e influência no relacionamento?
6. Seu parceiro é seu melhor amigo e você é o dele?
7. Você e seu parceiro pensam mais em termos de “nós” em vez de “eu” e “ele(a)”?
8. Você e seu parceiro confiariam senhas de redes sociais e contas bancárias um ao outro?
9. Você e seu parceiro têm boas opiniões um do outro, sem exagerar qualidades?
10. Seus amigos íntimos, bem como os de seu parceiro, pensam que vocês têm um bom relacionamento, à prova do tempo?
11. Seu relacionamento está livre de bandeiras vermelhas, como traições, ciúmes e comportamento controlador?
12. Você e seu parceiro compartilham os mesmos valores quando se trata de política, religião, a importância do casamento, o desejo de ter filhos (ou não) e como educar crianças?
13. Você e seu parceiro estão dispostos a sacrificar suas próprias necessidades, desejos e objetivos um para o outro, sem se tornarem capachos?
14. Você e seu parceiro têm personalidades agradáveis e emocionalmente estáveis?
15. Você e seu parceiro são sexualmente compatíveis?
Neste ponto, você deve ter ficado tentado a contar suas respostas. Não se trata de gerar uma pontuação, mas sim de te ajudar a avaliar o que é importante em um relacionamento. E, claro, a melhor resposta para cada pergunta é um “sim” rápido e incondicional.
Embora nenhuma pergunta capture perfeitamente um relacionamento, e existam perguntas diferentes que poderiam ser feitas, 15 diferentes perspectivas podem lhe oferecer uma imagem bastante completa.
Mas tenha em mente que qualquer tentativa de “simplificação” da qualidade de um relacionamento é inevitavelmente equivocada. Em vez disso, considere suas respostas a esta lista como dados adicionais que fornecem insights para você tomar decisões importantes – como a pessoa com quem você vai passar o resto da sua vida.
Ao usar sua cabeça e seu coração – e a opinião de especialistas e amigos -, você pode acertar e escolher estar em um relacionamento saudável e duradouro. [IFLS]
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