Apesar do ditado, seres humanos são especialistas em julgar livros pela capa. Não precisamos de muito tempo para tirar uma série de conclusões vendo alguém, seja em um encontro ou na fila do banco. Na verdade, em alguns segundos, decidimos quão inteligente uma pessoa é e qual a probabilidade dela cometer um crime, apenas olhando para sua cara.
Na maioria das vezes, nossas impressões estão erradas, afinal, é impossível saber detalhes sobre alguém apenas por sua aparência. Surpreendentemente, porém, em alguns casos as primeiras impressões que temos das pessoas estão corretas. Nesta lista estão algumas das conclusões que tiramos só de olhar para alguém – certas ou erradas.
8. Pessoas atraentes parecem ter outros traços positivos
O “efeito halo” é a tendência de avaliarmos um conjunto de atitudes ou ações de acordo com a avaliação que fazemos do indivíduo ou objeto responsável por aquelas ações ou atitudes. Por exemplo, um aluno que se comporta em sala de aula pode ser considerado um bom aluno a princípio, sem que nenhuma avaliação seja feita em relação a suas notas. Segundo os cientistas sociais, é por causa deste efeito que nós tendemos a assumir que pessoas bonitas possuem outras qualidades positivas além da aparência, como inteligência e comportamento.
Uma pesquisa da Universidade do Texas, nos EUA, liderada pelo psicólogo Daniel Hamermesh, que estuda os efeitos da beleza no local de trabalho, descobriu que, entre outras coisas, esse viés cognitivo significa que as pessoas de boa aparência tendem a ser mais remuneradas no local de trabalho.
Em outro estudo, 60 homens foram convidados a avaliar um ensaio escrito por uma mulher sem nome. Um terço deles recebeu junto com o texto a foto de uma mulher atraente, que seria a autora; outro um terço recebeu a foto de uma mulher pouco atraente; e a outra parte não recebeu nenhuma foto. Os participantes que receberam a foto da mulher mais atraente julgaram a escritora e seu trabalho mais favoravelmente.
7. É possível fazer uma leitura surpreendentemente precisa de sua personalidade a partir de uma foto
Não é preciso muito para avaliar aspectos importantes da nossa personalidade. Nem mesmo nossa voz ou nossas expressões parecem necessárias para essa tarefa. Em um estudo de 2009, os pesquisadores mostraram aos participantes as fotos de 123 estudantes da Universidade do Texas. Nas fotos, os estudantes poderiam fazer uma expressão neutra ou posar da forma que bem entendessem.
Quando a postura e a expressão das pessoas eram neutras, ou “restringidas”, como diz o estudo, os julgamentos dos observadores eram precisos para extroversão, auto-estima e religiosidade. Quando os estudantes foram fotografados com pose e expressão facial espontâneas, os julgamentos dos observadores eram precisos em quase todos os traços examinados.
Segundo os pesquisadores, o estudo mostra que “pistas estáticas”, como, por exemplo, o estilo de roupa, e pistas dinâmicas, como a expressão facial e a postura, oferecem valiosas informações relevantes sobre a nossa personalidade. “Esses resultados sugerem que a personalidade se manifesta através dos canais de aparência estática e expressiva, e os observadores usam essa informação para formar julgamentos precisos sobre uma variedade de traços”, afirmam.
6. A sua estrutura facial pode fornecer pistas sobre o quão agressivo você é
A relação entre a largura e o comprimento do rosto há tempos é associada a um conjunto de características comportamentais em homens, incluindo a agressão. Um estudo de 2013 realizado por pesquisadores do Centro de Mudanças de Comportamento no University College London, no Reino Unido, sugere que isso pode estar relacionado a altos níveis de testosterona.
Segundo o estudo, homens com níveis mais altos de testosterona são mais propensos a ter faces mais largas e maçãs do rosto maiores. Homens com esses traços faciais também tendiam a ter personalidades mais agressivas.
5. As pessoas usam sua estrutura facial para dizer quão forte você é
Além dos níveis de agressividade, outra coisa que é quase automaticamente avaliada quando olhamos para o rosto de alguém é a sua força. Em um estudo de 2015, os cientistas mostraram fotos de 10 pessoas com cinco expressões faciais diferentes e depois pediram aos participantes que avaliassem o quão amigável, confiável ou forte a pessoa fotografada parecia.
Não surpreendentemente, os observadores tendiam a classificar as pessoas com uma expressão feliz como mais amigáveis e confiáveis do que aqueles com expressões irritadas. Eles também tendiam a avaliar as pessoas com caras mais largas como mais fortes.
Outro estudo da mesma época aponta que as pessoas procuram pistas sobre o tamanho do resto do corpo nos rostos. “Nossas descobertas sugerem que as percepções de força dos rostos são baseadas em pistas faciais para o corpo físico. Para ambos os sexos, as percepções de força parecem refletir o tamanho total ou em massa do corpo”, dizem os autores.
4. Se você não parece ser confiável, é mais provável que seja visto como um criminoso
A ciência não sabe exatamente por que algumas pessoas parecem mais confiáveis do que outras, mas isso aparentemente é algo com potencial para mudar a vida de alguém.
Pesquisadores de Israel e do Reino Unido fizeram voluntários olhar fotos de homens e mulheres que foram selecionados aleatoriamente em duas bases de dados e avaliar o estado emocional, traços de personalidade e aparência criminal das pessoas retratadas.
O primeiro conjunto de fotos veio de um banco de dados coletivo da polícia, e o segundo era de fotos controladas, nas quais os atores tinham sido instruídos para parecerem felizes, neutros ou com raiva.
Independentemente da fonte das imagens, as pessoas classificadas como menos confiáveis e mais dominantes também tendiam a ser vistas como criminosas.
Os autores dizem que os resultados devem ser vistos sob dois pontos de vista distintos. “Avaliações espontâneas quanto à propensão criminal podem ter um valor adaptativo na medida em que podem nos ajudar a evitar alguém que seja fisicamente ameaçador. Por outro lado, tais avaliações podem influenciar de forma inadequada a tomada de decisão em alinhamentos de identificação criminal. Por isso, pesquisas adicionais são necessárias para descobrir se e como as pessoas podem evitar fazer avaliações sobre a criminalidade através da aparência facial de uma pessoa”, ponderam.
3. Problemas de saúde podem ser vistos nos olhos
Os médicos podem diagnosticar
várias condições apenas de olhar seus olhos. Manchas vermelhas na retina, a camada sensível à luz na parte de trás do olho, por exemplo, podem ser um sinal de diabetes. Quando os níveis de açúcar no sangue ficam muito altos, isso pode bloquear os vasos sanguíneos na retina, fazendo com que eles encham e explodam.
As manchas vermelhas podem ser causadas também por uma série de outras condições, como algumas infecções.
Níveis altos de colesterol podem frequentemente causar a formação de anéis brancos em torno dos olhos, e também causar o aparecimento de inchaços amarelados nas pálpebras. É provável que os pacientes mais velhos também desenvolvam anéis brancos semelhantes, mas, em qualquer caso, pode ser um sinal de que o colesterol precisa ser verificado por um médico.
Existe, inclusive, um campo alternativo da medicina, chamado iridologia, que defende que um diagnóstico geral do nosso corpo pode ser feito através de uma análise da íris. Segundo os iridologistas, uma observação minuciosa dos nossos olhos pode revelar nossos estados metabólico, nutricional, hormonal, imunológico, nervoso, psíquico e emocional.
2. Nem tudo está no rosto: o tamanho dos dedos dos homens está relacionado ao risco de câncer
Assim como o rosto pode dar pistas sobre nossa personalidade e nossa saúde, outras partes do corpo também podem oferecer pistas sobre nós. Cientistas estudaram os comprimentos dos dedos de 1.500 pacientes com câncer de próstata e 3.000 homens saudáveis durante um período de 15 anos, pedindo-lhes que olhassem fotos de mãos e escolhessem uma que se assemelhasse à sua.
Os homens que disseram que seus dedos indicadores tinham o mesmo comprimento ou eram maiores que seus dedos anelares
tinham um terço a menos de probabilidade de serem diagnosticados com câncer de próstata ao longo do estudo comparados com homens cujos dedos indicadores eram relativamente mais curtos. O efeito era ainda maior para homens com menos de 60 anos: nessa faixa etária, homens com o indicador maior tinham 87% a menos de chances.
É importante salientar que o estudo baseou-se no comprimento dos dedos relatados pelos homens, e não nas medidas reais, então mais estudos são necessários para confirmar as descobertas.
1. E sua altura pode revelar seu risco para certas doenças
Estudos sugerem que pessoas mais altas têm um menor risco de doença cardíaca, enquanto pessoas mais baixas podem ter taxas mais baixas de câncer.
Acredita-se que os efeitos estejam de acordo com a quantidade de hormônio do crescimento produzido pelo corpo, que pode proteger contra algumas doenças, mas aumenta o risco de outras. As descobertas, no entanto, não significam necessariamente que ser alto ou baixo impedirá que você tenha qualquer doença. [
Science Alert]
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